Verbos: Guia Completo

Verbos

O Que São Verbos?

Verbos são palavras que expressam ações, estados ou fenômenos da natureza. Eles são essenciais para a formação de frases, pois indicam o que está acontecendo, quem está envolvido e quando a ação ocorre. Em português, os verbos são palavras variáveis, o que significa que eles podem mudar de forma para concordar com o sujeito da frase em número, pessoa, tempo, modo e voz.

Classificação dos Verbos

Os verbos classificam-se da seguinte maneira: Relacionais e Nocionais.

Verbos Relacionais: 

Eles não expressam uma ação propriamente dita, mas sim uma ligação entre o sujeito e algo que se refere a ele, como uma qualidade, estado ou identidade. São chamados de verbos de ligação.

Exemplos:

  • Ser: “Ela é médica.”
  • Estar: “Ele está cansado.”
  • Parecer: “O filme parece interessante.”
  • Ficar: “Ela ficou feliz com a notícia.”

Nesses exemplos, os verbos relacionam o sujeito a uma condição, estado ou característica, sem indicar uma ação física ou mental.

Verbos Nocionais:

Os verbos nocionais têm significado próprio e são essenciais para a comunicação. Exemplos: Correr, Pensar, Cantar, Comer. São conhecidos como Verbos significativos. Eles podem ser classificados como: transitivos ou intransitivos.

• Verbos Nocionais Transitivos: Os verbos transitivos necessitam de complemento para formar o predicado. Podem ser:

  1. Transitivos Diretos: Não exigem preposição. Exemplo: “Marina ama xadrez.”
  2. Transitivos Indiretos: Exigem preposição. Exemplo: “Tomás gosta de lasanha.”
  3. Transitivos Diretos e Indiretos ou Bitransitivos: Requerem dois complementos, um com preposição e outro sem preposição. Exemplo: “Carlos ofereceu chocolates à Milena.”

Fique atento às próximas dicas:

  1. Felipe morreu. (Quem morre, morre. Não é preciso um complemento para entender o verbo).
  2. Eu preciso de um emprego. (Quem precisa, precisa “de” alguma coisa. Deve haver uma preposição para ligar o complemento ao seu verbo).
  3. Mário pagou a conta ao borracheiro. (Quem paga, paga algo a alguém. Há um complemento com preposição e um complemento sem preposição).

• Verbos Nocionais Intransitivos: Os verbos intransitivos não precisam de complemento.

  • Exemplos: “Cíntia morreu,” “Daniela chegou,” “Tudo passa.”
  • Podem ser enriquecidos com adjuntos adverbiais, mas não é obrigatório.

Estrutura dos Verbos.

Os verbos, quando conjugados, seguem uma estrutura específica. São elas, Raiz ou Radical, Vogal Temática e Desinências:

 • Radical:

O radical é a parte menos variável do verbo e carrega seu significado lexical. Por exemplo:

    • Radical do verbo “andar”: And-
    • Radical do verbo “escrever”: Escrev-
    • Radical do verbo “partir”: Part-
 • Vogal temática:

A vogal temática diferencia as três conjugações verbais:

      • -A- indica a 1ª conjugação (exemplos: amar, brincar, trabalhar).
      • -E- indica a 2ª conjugação (exemplos: saber, viver, caber).
      • -I- indica a 3ª conjugação (exemplos: sorrir, dormir, dividir).
 • Desinências:

O que ajuda a conjugar ou nominalizar o verbo. Existem dois tipos principais de desinências verbais:

1. Desinências Modais-Temporais:

  • Indicam o tempo e o modo do verbo. Elas ajudam a situar a ação no tempo (presente, passado, futuro) e a expressar o modo (indicativo, subjuntivo, imperativo). Exemplos:
    • “Amamos” (presente do indicativo, 1ª pessoa do plural)
    • “Amará” (futuro do presente do indicativo, 3ª pessoa do singular)
    • “Amasse” (pretérito imperfeito do subjuntivo, 3ª pessoa do singular)

2. Desinências Número-Pessoais:

  • Indicam a pessoa (1ª, 2ª, 3ª) e o número (singular, plural) do sujeito. Exemplos:
    • “Amo” (1ª pessoa do singular, presente do indicativo)
    • “Amamos” (1ª pessoa do plural, presente do indicativo)
    • “Ama” (3ª pessoa do singular, presente do indicativo)

Conjugações dos verbos.

Os verbos apresentam três conjugações ou famílias conjugacionais. Em função da vogal temática, podem-se criar três paradigmas verbais. Obtendo-se as seguintes classificações: 

  1. Regulares: Os verbos regulares seguem precisamente o paradigma de sua conjugação. Isso significa que não apresentam alterações no radical ou nas desinências em relação aos demais verbos da mesma conjugação. Por exemplo, o verbo “cantar” é regular:

    • Eu canto.
    • Tu cantas.
    • Ele/Ela canta.
    • Nós cantamos.
    • Vós cantais.
    • Eles/Elas cantam.
  2. Irregulares: Os verbos irregulares não seguem o paradigma da respectiva conjugação. Eles podem apresentar irregularidades no radical, nas terminações ou em ambos. Por exemplo, o verbo “fazer” é irregular:

    • Eu faço.
    • Tu fazes.
    • Ele/Ela faz.
    • Nós fazemos.
    • Vós fazeis.
    • Eles/Elas fazem.
  3. Anômalos: Os verbos anômalos têm mais de um radical ao serem conjugados. Os verbos “ser” e “ir” são exemplos:

    • Eu sou / Eu vou.
    • Tu és / Tu vais.
    • Ele/Ela é / Ele/Ela vai.
    • Nós somos / Nós vamos.
    • Vós sois / Vós ides.
    • Eles/Elas são / Eles/Elas vão.
  4. Defectivos: Os verbos defectivos não se apresentam em todas as flexões verbais. Exemplos incluem “faltar” e “sobrar”.

  5. Abundantes: Os verbos abundantes apresentam duas ou mais formas equivalentes para uma mesma flexão verbal. Por exemplo, o verbo “chegar” pode ter as formas “cheguei” e “cheguei-me”.

Flexão Verbal.

Quanto às flexões verbais, temos: número, pessoa, tempo, voz e Modo.

Número e Pessoa:

Os verbos sofrem flexão em número (singular ou plural) e Pessoas verbais.

  • No singular, indicam apenas um sujeito verbal.
  • No plural, indicam vários sujeitos verbais.

Existem três pessoas verbais:

  • 1ª pessoa: Quem fala (eu e nós).
  • 2ª pessoa: com quem se fala (tu e vós).
  • 3ª pessoa: De quem se fala (ele e eles).
Modo:

Existem três modos verbais:

  • Indicativo: Expressa ações de forma clara e precisa (exemplo: “Ele vai à festa.”).
  • Subjuntivo: Indica possibilidade e expressa ações de forma incerta (exemplo: “Tomara que ele vá à festa.”).
  • Imperativo: Expressa ordens, pedidos, exortações (exemplo: “Vá à festa!”).
Tempo:

Os tempos verbais indicam ações no presentepassado ou futuro. Exemplos de tempos verbais:

  • Presente: “Eu canto.”
  • Pretérito imperfeito: “Nós comprávamos.”
  • Futuro do presente: “Eles estudarão.”

     

Voz:

Existem três vozes verbais:

  • Ativa: O sujeito é o agente da ação (exemplo: “Ele escreveu a carta.”).
  • Passiva: O sujeito sofre a ação (exemplo: “A carta foi escrita por ele.”).
  • Reflexiva: O sujeito pratica e recebe a ação (exemplo: “Ela se arrependeu.”).

Formas nominais do Verbo.

As formas nominais do verbo são três: infinitivogerúndio e particípio. Elas são chamadas de “nominais” porque desempenham um papel semelhante ao dos substantivos, adjetivos ou advérbios. Vamos explorar cada uma delas:

  1. Infinitivo: Expressa a ação em si, sem indicar pessoa, número, modo ou tempo.

    • Pode ser pessoal (flexionado) ou impessoal (não flexionado). Exemplos:
      • Impessoal: “Ajudar é a melhor forma de gratidão.”
      • Pessoal: “Ouvi-os levantarem devagarinho.”
  2. Gerúndio: Caracteriza-se pela terminação -ndo.

    • É invariável e pode exercer o papel de advérbio ou adjetivo. Exemplos:
      • “Estava falando pelos cotovelos quando eu cheguei.”
      • “Acenando, disse adeus.”
  3. Particípio: Pode ser regular (terminação -ado, -ido) ou irregular.

    • Expressa o resultado da ação. Exemplos:
      • Regular: “Tinha fritado batatas para o jantar.”
      • Irregular: “Adoro batatas fritas!”

Tempos Verbais.

Os tempos verbais são fundamentais para expressar a cronologia das ações e eventos na linguagem. Sendo dividido em dois modos: Modo Indicativo e Modo Subjuntivo.

No modo Indicativo, temos:

1. Presente do Indicativo: O presente do indicativo é usado para expressar ações que ocorrem no momento da fala ou verdades universais.

  • Exemplo: “Eu estudo todos os dias.” Estudo é a forma conjugada do verbo estudar no presente do indicativo para a 1ª pessoa do singular.

2. Pretérito Perfeito do Indicativo: O pretérito perfeito do indicativo indica ações concluídas no passado.

  • Exemplo: “Ela viajou para Paris no ano passado.” Viajou é a forma conjugada do verbo viajar no pretérito perfeito do indicativo para a 3ª pessoa do singular.

3. Pretérito Imperfeito do Indicativo: O pretérito imperfeito do indicativo descreve ações habituais ou contínuas no passado.

  • Exemplo: “Quando criança, eu brincava no parque todos os dias.” Brincava é a forma conjugada do verbo brincar no pretérito imperfeito do indicativo para a 1ª pessoa do singular.

4. Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: O pretérito mais-que-perfeito do indicativo expressa uma ação que ocorreu antes de outra ação no passado.

  • Exemplo: “Quando ele chegou, eu já terminara o trabalho.” Terminara é a forma conjugada do verbo terminar no pretérito mais-que-perfeito do indicativo para a 1ª pessoa do singular.

5. Futuro do Presente do Indicativo: O futuro do presente do indicativo é usado para ações que ocorrerão no futuro.

  • Exemplo: “Nós viajaremos para o Japão no próximo ano.” Viajaremos é a forma conjugada do verbo viajar no futuro do presente do indicativo para a 1ª pessoa do plural.

6. Futuro do Pretérito do Indicativo: O futuro do pretérito do indicativo expressa uma ação que ocorreria sob certas condições ou em um contexto passado.

  • Exemplo: “Se tivesse dinheiro, compraria uma casa.” Compraria é a forma conjugada do verbo comprar no futuro do pretérito do indicativo para a 1ª pessoa do singular.

Já no Modo Subjuntivo:

1. Presente do Subjuntivo: O presente do subjuntivo é usado para expressar desejo, dúvida, incerteza ou ação hipotética.

  • Exemplo: “Espero que você tenha um ótimo dia.” Tenha é a forma conjugada do verbo ter no presente do subjuntivo para a 3ª pessoa do singular.

2. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: O pretérito imperfeito do subjuntivo indica uma ação hipotética ou dependente de outra no passado.

  • Exemplo: “Se eu soubesse, teria avisado.” Soubesse é a forma conjugada do verbo saber no pretérito imperfeito do subjuntivo para a 1ª pessoa do singular.

3. Futuro do Subjuntivo: O futuro do subjuntivo é usado para expressar uma ação futura que depende de outra.

  • Exemplo: “Quando você chegar, avise-me.” Chegar é a forma conjugada do verbo chegar no futuro do subjuntivo para a 2ª pessoa do singular.

Tempos compostos da voz ativa.

Os tempos compostos usam o verbo auxiliar “ter” ou “haver” conjugado no tempo apropriado, seguido do particípio do verbo principal. Esses tempos expressam ações concluídas ou que têm uma relação específica com outros momentos no tempo. Dividem-se em dois modos: Indicativo e Subjuntivo, além de suas formas nominais.

Modo Indicativo.

1. Pretérito Perfeito: indica uma ação que começou no passado e continua até o presente ou que se repetiu várias vezes até o presente.

  • Exemplo: “Tenho estudado muito ultimamente.” Tenho estudado é formado pelo presente do verbo ter (tenho) + o particípio do verbo estudar (estudado).

2. Pretérito Mais-que-perfeito: indica uma ação que ocorreu antes de outra ação passada.

  • Exemplo: “Quando cheguei, ele já tinha saído.” Tinha saído, é formado pelo pretérito imperfeito do verbo ter (tinha) + o particípio do verbo sair (saído).

3. Futuro do Presente Composto do Indicativo: indica uma ação que será concluída antes de um momento futuro.

  • Exemplo: “Quando você chegar, eu já terei terminado o trabalho.” Terei terminado é formado pelo futuro do presente do verbo ter (terei) + o particípio do verbo terminar (terminado).

4. Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: indica uma ação que teria ocorrido no passado sob certas condições.

  • Exemplo: “Se tivesse estudado, teria passado no exame.” Teria passado é formado pelo futuro do pretérito do verbo ter (teria) + o particípio do verbo passar (passado).

Modo Subjuntivo.

1. Pretérito Perfeito indica uma ação passada que é vista como possível, desejada ou incerta.

  • Exemplo: “Espero que você tenha chegado bem.” Tenha chegado é formado pelo presente do subjuntivo do verbo ter (tenha) + o particípio do verbo chegar (chegado).

2. Pretérito Mais-que-perfeito: indica uma ação hipotética ou condicionada que teria ocorrido no passado.

  • Exemplo: “Se eu tivesse sabido, teria ajudado.” Tivesse sabido é formado pelo pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo ter (tivesse) + o particípio do verbo saber (sabido).

3. Futuro Composto: Indica uma ação futura que depende de outra ação também futura.

  • Exemplo: “Quando você tiver terminado, avise-me.” Tiver terminado é formado pelo futuro do subjuntivo do verbo ter (tiver) + o particípio do verbo terminar (terminado).

Formas Nominais

1. Infinitivo composto: indica uma ação anterior a outra ação referida pelo infinitivo simples.

  • Exemplo: “Ele afirmou ter terminado o trabalho.” Ter terminado é formado pelo infinitivo do verbo ter (ter) + o particípio do verbo terminar (terminado).

2. Gerúndio Composto: Indica uma ação anterior a outra ação referida pelo gerúndio simples.

  • Exemplo: “Tendo estudado bastante, ele passou no exame.” Tendo estudado é formado pelo gerúndio do verbo ter (tendo) + o particípio do verbo estudar (estudado).

Vozes Verbais: Ativa, Passiva, Reflexiva e Recíproca

As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em português, temos três vozes principais: ativa, passiva e reflexiva, além da voz recíproca, que é um tipo especial da reflexiva. Vamos explorar cada uma delas com exemplos.

1. Voz Ativa: 

Na voz ativa, o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.

  • Exemplo: “O professor explicou a lição.” Aqui, o professor (sujeito) realiza a ação de explicar (verbo) a lição (objeto direto).
2.Voz Passiva: 

Na voz passiva, o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. A voz passiva pode ser analítica (com verbo auxiliar) ou sintética (com pronome apassivador).

  • 2.1 Passiva Analítica: Formada pelo verbo auxiliar “ser” conjugado + o particípio do verbo principal.
    ◦ Exemplo: “A lição foi explicada pelo professor.” Aqui, a lição (sujeito) recebe a ação de ser explicada pelo professor (agente da passiva).
  • 2.2 Passiva Sintética: Formada pelo verbo na terceira pessoa + pronome apassivador “se”.
    ◦ Exemplo: “Explicou-se a lição.” Aqui, a lição é o sujeito que recebe a ação expressa pelo verbo, explicou-se.
3. Voz Reflexiva:

Na voz reflexiva, o sujeito pratica a ação sobre si mesmo. Formamos com o verbo conjugado + pronome reflexivo (me, te, se, nos, vos).

  • Exemplo: “Ela se cortou ao abrir a lata.” Aqui, ela (sujeito) pratica a ação de cortar-se (verbo reflexivo) sobre si mesma.
4. Voz Recíproca:

Na voz recíproca, dois ou mais sujeitos praticam a ação um sobre o outro. É formada pelo verbo conjugado + pronome recíproco (nos, vos, se).

  • Exemplo: “Eles se abraçaram ao se encontrar.” Aqui, eles (sujeitos) praticam a ação de abraçar-se mutuamente.

Conclusão:

Entender os verbos é essencial para qualquer estudante da língua portuguesa. Eles são a base da comunicação e permitem que expressamos ações, estados e eventos com clareza. Esperamos que este guia completo sobre verbos tenha ajudado você a compreender melhor essa classe gramatical vital.


Agora pratique!

 

#1. Assinale a alternativa na qual se identifique a ocorrência de uma forma verbal no imperativo.

#2. No trecho “As frutas da estação sempre estarão mais baratas, além disso, as condições climáticas ideais fazem com que os alimentos se desenvolvam mais, tenham uma maior quantidade de nutrientes e sejam menos custosos ao meio ambiente”, há quantos verbos? Alternativas A 7.

#3. Assinale a alternativa que apresenta a correta reescrita do trecho abaixo, retirado do texto, na voz passiva: As cidades modernas enfrentam o imperativo de adotar práticas e políticas.

#4. Assinale a alternativa que apresente o tempo do verbo em destaque no período: “Com isso, o guarda SACOU a própria arma e disparou”.

#5. Em “O que existe são pessoas que lutam PELOS SEUS SONHOS ou desistem DELES.”, os termos destacados em maiúsculo (pelos seus sonhos/deles) exercem sintaticamente a função de

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